quarta-feira, 26 de março de 2008

Salvo pela composição de cores

Estou brigando ainda com o papel de administradora e o de autora desse blog... (suspiro). Por isso, ainda vai aparecer essa postagem como autoria da Laços & Traços. Quem está escrevendo essa sou eu, a Marília, tá? Voltando ao episódio da colcha do ditchan e da batchan, para o aniversário de 60 anos de casados, como lembrou a tia Tonco, chegou aos meus ouvidos que seriam dois pedaços de pano para cada participante do presente coletivo. Suei frio. Dois pedaços era muita coisa. No fim, mal dei conta de um. Principalmente minha mãe e minhas tias estavam fazendo cada coisa que era de deixar qualquer uma mais deprimida ainda com a verdade nua e crua de não saber bordar. O fato de não saber, porém, jamais teria sido uma desculpa para não fazer. Não por qualquer questão tirânica por parte das organizadoras do mimo original, mas justamente pelo espírito livre de que o importante era contribuir e que qualquer coisa, desde que feita com carinho, estaria ótima. Devo confessar que, com carinho, meu modesto pedacinho foi feito sim. Mas teve muita angústia também fazendo parte do processo. Sofri a cada ponto (risos). Talvez por justamente não saber fazer e, por não saber, não gostar. Ou, sendo mais honesta na questão, não gostar e por extensão não querer saber para valer. Sobrevivi à coisa toda com a sensação do dever cumprido, mas também a consciência de que poderia ter ficado melhor. Bem melhor. Chamar o resultado final de bordado é quase uma licença poética. Cada ponto na verdade era quase uma linha inteira do momento em que saía até que entrava novamente na trama. Dando-me o direito de ser ainda mais libertina com relação às comparações possíveis, quase como um quadro impressionista que você visualiza melhor à distância, porque de perto é muito nítido o caos de pinceladas frenéticas. No meu caso, não para captar a luz fugaz do momento, mas para acabar de uma vez por todas com a tarefa. Falando assim parece que foi um martírio (risos). Bem, chegou perto (risos). De qualquer que seja a distância que se admire o resultado do meu trabalho, porém, o certo é que ele é bem vergonhoso ao lado das coisas lindas que fizeram. O que o salva foi que o professor de pintura da tia Tonco disse que, em matéria de composição de cores, o meu pedacinho dava bem para o gasto. A propósito, eu resolvi bordar orquídeas, uma das coisas que a batchan gosta muito.

2 comentários:

Rió disse...

Vc foi salva pelo gongo,suando ou bufando,as orquideas q vc inventou ficaram bem vistosas principalmente pela escolha das cores e pela criatividade dos pontos,isto é,vc inventou pontos q não existem oficialmente nos manuais de bordado.Daí q o q vale mesmo é o querer fazer parte de um projeto coletivo,no caso,ocupar um lugar no caldeirão da familia.Rió

Yuko disse...

É isso aí...
Vê-se bem que o forte da Maricotinha é bordar palavras... aí a idéia desenrola sem se enroscar, a caneta alinhava sem hesitar, dispensa traços e dá laçadas sem nó...
Já o bordado mesmo...rs...