quarta-feira, 23 de abril de 2008

Nunca é tarde para aprender

É verdade o que escrevi - ainda a Marília até ser bem sucedida em me separar do meu papel de administradora - no título dessa postagem. E, nesse último sábado em particular, isso se mostrou especialmente divertido. Pois bem, tivemos nossa primeira aula de como editar o blog. Estiveram presentes esta modesta instrutora de primeira viagem (e aqui se mostra também muito genuíno o ditado que diz que em terra de cego quem tem olho é rei, bem, no caso, rainha...) e as alunas e co-autoras voluntárias até o momento: minha mãe, a tia Yuko, as tias Rioco e Tonco e a Olinda. O grupo ia dos trinta aos sessenta em primaveras bem vividas. Muitas caras de japonesas em estado contemplativo - quem já viu uma sabe do que estou falando - além de muitos risos e muitas trocas de olhares - de cumplicidade obviamente, do tipo "hã?" - depois, acredito que foi possível transmitir o suficiente para que em breve possamos contar com outras entradas além das minhas por aqui. A tia Nonco e a prima Iara chegaram depois da aula e não quiseram saber muito de aprender não, mas deixa. Uma hora elas criam coragem, quem sabe? Bem, e para deixar a coisa ainda mais animada, a ramificação internacional espanhola do Laços & Traços, a prima Miruna, ou Mimi, já fez sua estréia como autora. Ela é super mega hiper descolada e antenada em matéria de blog, por isso, daqui a pouco provavelmente vai estar dando baile até em mim (risos de é a vida, mas com muita satisfação!). Por hora estamos nesse pé com relação ao blog. Ah! Apareceu uma sugestão para um novo marcador que espero estar em breve lançando para todo mundo contribuir com suas postagens. Aguardem.

Botando os pingos nos "is"

Pois é, pessoal... memória e história são coisas muito sérias... Digo isso com a tristeza de constatar que a primeira para mim já não está lá essas coisas e acaba, por isso, prejudicando a segunda (e olha que estou contando apenas 31 primaveras). Não é que a tia Rioco colocou os pingos nos "is" com relação ao começo das bordadices desse grupo? A coisa de bordar é de antes até da colcha do ditchan e da batchan. Segue aqui o depoimento da Rió com relação ao início das atividades do Laços & Traços:

"Eu já fazia parte da "Teia de Aranha" desde setembro de 2001 quando o grupo nasceu e bordou 5 grandes painéis inspirados em trechos do "Grande Sertão: Veredas" de JGR. Sabendo que eu bordava adoidada, a Iara me procurou em janeiro de 2004, pedindo-me uma ajuda pra bordar uma cortina pro rebento que estava em seu útero (o nosso querido Vitinho, primeiro da linhagem dos bisnetos de meus pais). A encomenda da futura mamãe era "Floresta" com bichos e plantas. Fizemos alguns encontros para bolar a tal cortina e no meio desse processo tive uma sacação: seria muito legal que a vovozinha também participasse dessa obra. Logo mais surgiu a idéia de envolver outras tias e primas na feitura desse presente. Assim foi nascendo o primeiro bordado coletivo da familia Kayano, motivado por laços de natureza afetiva. O resultado, todos sabem, saiu uma cortina linda, estilo "naife", um nome chique pra caracterizar os desenhos feitos ou copiados sem preocupação com proporção, espacialidade, livre e solto.

Nesse mesmo ano de 2004, no segundo semestre, estávamos preparando a festa de comemoração dos 60 anos de casamento dos nossos pais (Batyan, Diitchan) que aconteceria em dezembro. Aproveitei o embalo da cortina e lancei a idéia de bordarmos uma colcha cuja proposta era arrancar imagens sugeridas por todos os membros da família relacionados ao vínculo afetivo com os homenageados. Foram encontros e mais encontros nos finais de semana onde fomos descobrindo a riqueza e a emoção de resgatar as lembranças remotas, remotíssimas ou mais recentes em torno dos nossos laços familiares. O resultado saiu lindo mas acho que o processo foi o mais divertido, emocionante e deu uma qualidade diferente aos nossos costumeiros encontros familiares. O legal foi que botamos pra pegar em linha e agulha jovens inexperientes (meio toscas em matéria de bordado...) como também conseguimos envolver os homens, não para bordar, mas para compartilhar da experiência com suas lembranças e palpites. Tive ocasião de exibir a colcha no Morro da Garça, sertão de MG, e ela causou sensação, atraiu a atenção de muita gente que percebeu o conteúdo afetivo colocado naquelas imagens bordadas."

Para não deixar dúvida com relação ao fato de que a cortina do Vitor foi mesmo o trabalho de ponta pé do grupo, acima uma foto, contribuição da Olinda, mostrando a tentativa da Marília, esta que vos escreve - ainda como Laços & Traços! não consegui até agora me colocar como autora separada (suspiro e franzir de sobrancelhas) - de contribuir com uma mísera nuvem e dois ou três passarinhos estilizados daqueles que a gente faz mais como um "v" no horizonte, bem distante e sem muito detalhe mesmo. A cara de sofrimento misturada a ué, diz tudo... Acho que confundi o começo dos trabalhos do grupo porque, em retrospecto, a minha contribuição para a cortina do Vitor foi do tipo intimação, no meio do chá de bebê, com a tia Rioco de um lado (à esq.) e a futura mamãe, a Iarinha (à dir.) do outro, a obra-prima praticamente pronta, somente esperando que eu e a Lia, minha irmã caçula, e mais alguma desavisada de plantão, fizesse nem que fosse um pontinho no presente coletivo. Foi no susto, mas foi de coração (risos). Dá para ver isso na minha cara também. E isso é o que interessa, não é mesmo? Essas eram as palavras que a tia Rioco ficava, aliás, falando para mim. Ou parecidas. A lição que ficou daquele dia é que não importava o estilo do bordado, se fosse feito com um mínimo de vontade de dar forma de linha em um pano com uma agulha a um sentimento, a uma lembrança, a uma fantasia, ou o que fosse, estava valendo. E valeu mesmo. Foi surpreendentemente divertido no fim das contas! (Mas não mudo nada o fato de que a colcha do ditchan e da batchan foi mesmo mais difícil, pois o bordado era maior e mais complexo! risos de montão)

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Cortina da Paulinha



Esta é a primeira vez que escrevo no blog dos bordados da família Kayano, por isso achei que a melhor imagem para começar minha participaçao seria da cortina da Paulinha, que foi feita pela família em 2006, antes dela nascer, claro. Ela me lembra um pouco a cortina do Vitinho, com a desproporçao dos animaizinhos, o esquilo maior que o cachorro e a borboleta maior que a tartaruga, mas acho que a beleza deste bordado coletivo está justamente nisso, na liberdade das composiçoes e dos desenhos... o que também me faz pensar na minha mamae, que sempre me dizia que nao gostava do bordado ponto-de-cruz, o primeiro tipo de ponto que eu fiz, porque é muito geométrico e "certinho".
A cortina hoje em dia é um sucesso no quarto da minha pequena. Ela simplesmente ama a cortina. Sempre depois que ela termina de trocar de roupa já começa a apontar para a janela e tenho que levá-la até a cortina, para que a Paulinha fique apontando para cada bichinho, de um lado para o outro. E quando vamos embora ela dá tchau para os animaizinhos da cortina. Será que a Paulinha consegue de alguma forma sentir que aquele bordado está impregnado, desde o primeiro ponto até o último tecido de amor, carinho, família, alegria? Talvez...
Para mim a cortina sempre me lembra que mesmo longe nao estou só, e que mesmo à distância, a família Kayano está participando ativamente na vida da minha filhinha Paulinha.

terça-feira, 15 de abril de 2008

Decisões administrativas

Pois bem, é tarefa séria administrar qualquer coisa que seja, principalmente uma coisa que não pertence somente à gente e é de todo um grupo que espero cada dia fique maior. Isso nos leva a ter que tomar algumas decisões administrativas e a que tomei hoje é a seguinte: a partir de agora passarei a disparar os avisos de novidades do blog pelo próprio e-mail do Laços & Traços. Assim, por favor, para todos que caíram de gaiato no mailing desse blog e que talvez devem ter me colocado, euzinha, a Marília, administradora dessa empreitada, como spam, lixo eletrônico etc, peço que restabeleçam a confiança de que pelo meu e-mail particular não chegará mais nada. Relativo às atividades do Laços & Traços, bem entendido (risos). Mas continuarei sim, portanto, a enviar os avisos de novidades pelo e-mail desse projeto. Desejo que as pessoas leiam o blog, comentem e, acima de tudo, queiram e passem a participar, também como autoras, por que não? Sinto que estamos avançando, pois treinamentos para lidar com a ferramenta de edição do blog já estão no horizonte. E vamos que vamos, ponto por ponto, formar um bordado digital muito especial. Quem quiser, por favor, sinta-se livre para comentar com mais parentes e mais amigos sobre nosso trabalho, e, estas pessoas demonstrando interesse, repassem para elas nosso endereço e enviem para o e-mail do Laços & Traços seus próprios e-mails, se elas quiserem ser avisadas de novidades também. Logo, logo, espero descobrir se tem como criar um cadastro de mailing dentro do próprio blog. Mas isso já é outra história que ainda precisa ser dicutida com as outras bordadeiras.

Meu ponto é o seguinte

Ainda sem ter descoberto como separar o papel de administradora do blog e de autora, eu, Marília, proponho aqui mais um marcador para nosso espaço Laços & Traços: Pontos. Vamos tentar descrever nos textos classificados por ele que pontos de bordado usamos e, acima de tudo, como fazer cada um deles. Não é tarefa fácil eu presumo, porque, eu mesma, não sei fazer ponto que seja! Verdade verdadeira (risos). O bordado das orquídeas para a colcha do ditchan e da batchan foi um bordadinho dos mais sem-vergonhas, pois não há outra classificação possível. Tentei - e minha paciência sabe o quanto - fazer as linhas coloridas preencherem aos poucos meu modesto único pedaço de pano amarelo claro, mas... Oh! Não é que uma impressora matricial com pouca tinta teria feito um trabalho menos econômico em pontos? Meus pontos ficaram mais parecendo traços. Para valer, à parte o trocadilho com o nome desse blog. Como desejo muito que outras bordadeiras mais competentes dêem continuidade aos textos sob o marcador Pontos, descreverei agora meu ponto-traço. Ele é muito simples: basta enfiar uma agulha, já devidamente carregada com a linha na cor desejada, pela parte de baixo do pano que se está bordando e depois mergulha-se a dita cuja de volta por cima depois de ter sido dada a distância que se deseja entre a origem e o destino final do ponto. E assim por diante, seguindo uma espiral e fazendo com que a cadeia de pontos corra o máximo em paralelo que dê, é possível preencher até que relativamente rápido uma boa superfície. Parece brincadeira, mas saibam que foi depois de muitos chiados e bufadas e quase lágrimas que cheguei à conclusão de que para dar conta de um espaço daquele tamanho que me coube na colcha do ditchan e da batchan esse era o ponto ideal para mim. Por hora é só. Meu repertório de pontos é pequeno assim mesmo (risos). Os outros que usei, por ventura - ou desventura, em qualquer outro bordado foram obtidos com atenta supervisão e carinhoso estímulo das bordadeiras mais sabidas de plantão. É a essas que apelo com a vontade de quem espera aprender pelo menos na teoria, que ajudem a crescer o número de textos do novo marcador Pontos. Ponto final.

terça-feira, 8 de abril de 2008

Aprendendo mais um pouco

Bem, eu, a Marília, como administradora do Blog, estou quebrando a cabeça para descobrir como funciona a ferramenta e abrir novas seções. Hoje consegui acrescentar dois álbuns com os trabalhos do Laços & Traços: a colcha do ditchan e da batchan e a cortina do Iago. Ainda tenho fotos da colcha do Philipe. Colocarei estas em breve. Mas além dessas não tenho muito mais fotos disponíveis. Precisamos agora começar a reunir as fotos dos outros trabalhos espalhados por aí. Espero que todas e todos gostem das fotos e das legendas que consegui criar para as fotos. Correções e sugestões, por favor, escrevam. As legendas das fotos da colcha do ditchan e da batchan ficaram um pouco capengas, porque envolve mais as lembranças de cada uma das bordadeiras ou daqueles que elas representaram. Acredito que cada uma deva explicar o que bordaram e por quê. Aguardo ansiosamente manifestações de todas e todos.